"Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas." (Hebreus 6: 12)
O texto acima nos remete a condição de negligência dos dias atuais. Existem imitadores de todos os tipos, mas existem características a serem seguidas. Duas delas estão claras no texto, fé e paciência. Em tempos de imitações, algumas baratas, outras mais sinceras, eu gostaria de tratar sobre um exemplo a seguir.
A negligência de nossos dias se dá por que resolvemos imitar características “visíveis”.
Somos tentados a fazer somente coisas que reflitam o estereótipo. Vemos grandes “igrejas” com seus pastores de produção, como bonecos, imitam o jeito de falar, de andar, e até, de respirar dos seus líderes.
Somos tentados a fazer somente coisas que reflitam o estereótipo. Vemos grandes “igrejas” com seus pastores de produção, como bonecos, imitam o jeito de falar, de andar, e até, de respirar dos seus líderes.
Mas não nos adianta criticar lideranças e pastores por seus meios e estratégias. O nosso primeiro texto exorta-nos a imitarmos os que herdaram as promessas através da fé e paciência. Paulo é um desses exemplos e nos chama a imitá-lo em sua trajetória de vida cristã. “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.” (I Coríntios 4: 16)
Mas o maior e incomparável exemplo a seguir é o nosso Senhor. Mesmo que alguns considerem que Ele viveu de forma “fácil” sua missão, quero demonstrar algumas poucas características de nosso Mestre que devemos seguir.
Leiamos o texto:
A tentação de Jesus
(Mc 1:12,13 / Lc 4:1-13)
1. ENTÃO foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3. E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca(antropomorfismo) de Deus.
5. Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6. E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.
7. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
8. Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
9. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.
11. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.
1º Jesus creu no Espírito e se deixou levar ao deserto, para qualquer que fosse o fim. (v.1-2)
Ele poderia ter escolhido seu caminho, poderia ter esperado algum tempo após seu batismo para apresentar-se, mas o Espírito tinha planos que deveriam cumprir propósitos eternos, lembre-se que havia muito em jogo. Se ele falhasse nós não estaríamos aqui.
O Espírito, ao conduzi-lo, não o encaminhou a um lugar qualquer e o abandonou, mas continuou com ele durante todo aquele período.
Deserto é um lugar impróprio para vida, ausente de população. Este parece ser o centro das atividades educativas de Deus. A própria palavra denota a ausência de população. Lá, Jesus foi levado pelo Espírito Santo para ser provado. Lá, o povo liberto passou 40 anos até entrar na terra prometida. Lá, Jesus alimentou multidões e levou seus discípulos para descansar.
O deserto é o tipo ideal de Deus para mostrar o que o mundo em que vivemos pode ser:
uma sala de aula;
um lugar de descanso;
um lugar de provações;
ou simplesmente o lugar que atravessamos para alcançar nossa verdadeira morada.
Aproveite bem o deserto para acertar o caminho da vida.
O desconforto de nossas vidas aqui, por vezes é o instrumento que Deus usa para nos fazer aprender algo de maior importância (Hebreus 5: 8): todas as nossas atitudes, pequenas ou grandes, trazem consequências que podem ser terríveis ou positivas.
Ir para o deserto guiado pelo Espírito é uma atitude de fé e não uma prática doutrinária ou denominacional.
2º Jesus não se ensoberbeceu. (v.3)
A “dúvida” levantada por Satanás aqui neste versículo e neste texto, não tem motivação imediata. Não foi o que ele vira naqueles momentos de fraqueza e angústia, mas era um contraponto ao último versículo do capítulo 3 de Mateus onde o Senhor declara: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Ele espreitara por quarenta dias a vida deste homem faminto no deserto para o qual fora levado com aquele devido fim. O diabo estava obedecendo ao propósito de DEUS. É DEUS quem sempre está no controle da situação.
A “mágica” de transformar em pão para saciar a fome poderia ser feita, mas uma quebra deliberada de qualquer lei estabelecida por Deus é transgressão e pecado.
A primeira tentação não foi o fato de necessidade suprida, mas de Jesus usar de artifícios deídicos para cumprir sua missão. Seria dar um jeitinho com o que ele tinha para avançar na missão.
Hoje muito de nossa missão também é frustrada por tentarmos ajudar a Deus ao invés de cumprir Sua vontade. Saul fez assim e foi admoestado por Samuel pela sua atitude. Em última instância este é o pecado da rebeldia. O sentimento que temos de que temos que fazer alguma coisa é a própria tentação de sermos suficientes para resolver os problemas e construirmos nossa salvação.
O pecado é algo tão devastador que não há qualquer condição de alguem se salvar dele, o que podemos é ser salvos. Precisamos de um elemento externo para esta ação e este é Jesus.
Não adianta imitar líderes religiosos, guias, gurus ou qualquer um. Precisamos imitar a Jesus e agir assim:
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
9 Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;(Filipenses 2)
Paulo bem sabia que a soberba houvera entrado na igreja e chamou a atenção da igreja em Corinto, pois sabia que isto não terminaria bem.
I Coríntios 4
16 Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
17 Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja.
18 Mas alguns andam ensoberbecidos, como se eu não houvesse de ir ter convosco.
19 Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam ensoberbecidos, mas o poder.
20 Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
21 Que quereis? Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão?
Uma declaração maravilhosa da deidade de Cristo, sem a usurpação de ser igual a Deus (Fl 2: 6).
3º Jesus se sujeitou a Palavra(v.4-10)
Ciente de suas atribuições e tarefas, o Senhor confronta o inimigo com sabedoria ao utilizar as palavras e o tempo verbal. Quando a expressão “está escrito” denota um fato já ocorrido, e completo, e se refere à Palavra rhema, que é uma sentença pronunciada e que não volta atrás – algo pensado e dito – ele modifica o tempo verbal de “que sai” (no original a melhor expressão é : que tem saído – ato contínuo que se inicia em algum momento do passado e continua a acontecer no presente) para anunciar através do antropomorfismo, ou melhor, da quenosis (doutrina do esvaziamento de Deus – Fl 2:5-11) que todo alimento necessário a Ele partia dEle mesmo. Vou parafrasear o texto para me fazer compreender: Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a sentença que já foi pronunciada e que tem saído da minha boca de Deus, pois sou Deus.
Em outras palavras: não preciso transformar nada, pois sou suficiente em mim mesmo.
Nada podemos contra a Verdade, senão pela verdade.
4º Deus se serve de nos abençoar segundo a sua vontade.(v.11)
Lembram-se do texto lá do início (Hebreus 6: 12) há uma promessa para esta vitória:
"Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." (Apocalipse 2 : 10)
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