5 de mar. de 2012

PROSPERIDADE



Habacuque 2
4  Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
5  Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos.

Teologias são reformuladas a todo tempo, mas a que mais tem influenciado nossos dias é a teologia da prosperidade, fundamentada em uma busca louca em se “complementar aquilo que nos falta”, é uma demonstração clara da ignorância obvia a respeito do Redentor.
Em nome de Jesus busca-se, a qualquer preço, uma recomposição da vida. A preocupação exagerada com o enriquecimento ou a mudança de condição social, tratada como uma verdadeira “maldição hereditária”, tem construído impérios religiosos. Particionam a vida do ser humano como se as expressões “vida emocional” ou “vida espiritual” não fossem uma terminologia puramente didática e sim uma realidade dogmática.
Querem reconstruir o ser humano de suas partes e hipervalorizam a condição social ou financeira. Estamos completamente quebrados e nossos cacos são valorizados a exaustão.
O texto acima grifado refere-se a condição de um povo que receberia a operação justa do único Deus por conta de sua maldade. Deus estaria usando o povo caldeu para infligir uma ação corretiva no povo de Israel. Deus demonstra bem em sua Palavra o coração deste povo e sua condição espiritual. Como a morte, nunca estão satisfeitos com tudo o que puderem possuir. O crescimento financeiro e francas demonstrações de poder monetário fazem-nos pensar sobre para que serviria a presença de Jesus nas vidas destes.
Querendo reforçar sua insanidade espiritual, apropriam-se de porções das Escrituras Sagradas, a fim de “consagrar” sua loucura e sustentar seus atos. Refiro-me a utilização do texto: "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância."  (João 10 : 10).

A celebre frase de Jesus é profundamente maltratada pelo desleixo com que tentam interpretá-la. A teologia da prosperidade acusa o adjetivo grego perissos, que quer dizer abundância, de ter o papel principal na frase de Jesus, justificando sua necessidade de crescimento financeiro e abastança.

Mas assim como grifado no texto, é a palavra vida que merece destaque. O Senhor Jesus utilizou-se da palavra grega zoe que foi traduzida como vida, mas que se refere a condição espiritual do ser humano em conexão com o Deus criador, a condição original de vida. Vida plena e absoluta. E pelo texto a ação de Jesus é condicionar o homem a esta vida e não somente isso, que esta vida se torne abundante.
Na teologia da prosperidade a presença de Jesus é somente um ato místico, desvinculado de qualquer necessidade de arrependimento ou propensão à mudança de caráter, basta que se participe em uma de suas igrejas e colabore com seus bens e suas indulgências modernas acalentarão suas almas vazias e carentes de vida. Almas mortas que não se fartam de buscar algo que preencha seu vazio existencial. Almas aliciadas que buscam prazeres momentâneos e que são incapazes de ter vida (zoe) em si mesma.
Que terrível contraste: almas famintas e mortas em seus delitos e pecados querem satisfazer-se, enquanto Jesus gratuitamente propôs dar–nos vida e esta em abundância.
Como seria o mundo se abandonássemos todas as nossas riquezas, dando-as aos pobres e simplesmente seguíssemos Jesus?  Não encontraríamos então esta satisfação pessoal e íntima que temos o que precisamos, e mesmo que venham as contas todos os meses estaríamos satisfeitos e buscaríamos somente o que nos bastasse. A aquisição de bens tomaria uma nova dimensão. Enfim, tranquilos poderíamos caminhar livres dos pesados fardos da loucura do crescimento social e financeiro e viveríamos, como diz o Senhor, pela fé “porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18)


JESUS CONTINUE TE ABENÇOANDO
RICARDO MATTOS

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