6 de abr. de 2012

APRENDENDO A AMAR?


Descobri que não sei amar!
Em todo tempo de vida cristã somos bombardeados por “conceitos” e mandamentos a respeito do amor e sobre amar. A questão, enquanto teoria é fácil: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:34-40). O problema surge quando partimos para a prática.
Em primeiro lugar nossa cultura nos engana confundindo amor e paixão. Pensamos que uma emoção forte e arrebatadora nos eleva espiritualmente, o que não é verdade. A paixão, hoje tida como algo positivo, em seu conceito original, é um sofrimento intenso por causa de uma ligação afetiva intensa e, na maior parte das vezes, não correspondida. Tanto é assim que a descrição do sofrimento, prisão, crucificação e morte de Cristo são denominadas sua paixão.

Paixão, pela psicologia, é uma emoção, algo intenso e de curta duração e amor é tratado como sentimento, algo mais brando, porém firme e duradouro. É bem verdade que existam casais que se apaixonaram e posteriormente este relacionamento veio a ser permeado de amor, mas não deveríamos considerá-lo um padrão.
Em segundo lugar devemos perceber que se o amor fosse algo somente para se sentir não seria um (ou dois) mandamento(s).
Amar na Palavra de Deus tem mais identificação com decisões do que com sentimentos e emoções. Como amar um inimigo? Como amar alguém possuído? Como amar quando isso lhe traz dor? Percebo com isso que o segundo grande mandamento (amar o próximo) revela um fator interessante. Amor deve nos fazer olhar para nós mesmos e ver nossa semelhança com o outro.
Então como alguém como eu poderia amar de verdade, e principalmente, amar a Deus? Sempre sou confrontado pelas escrituras.
 Reconheço que não sei amar porque o verdadeiro amor lança fora todo medo (I João 4:18), e não consigo deixar de pensar em quanto posso sofrer por me aproximar de alguém que pode me causar mal só para fazê-lo se chegar a Deus.

Reconheço ainda que não sei amar, pois as decisões que tomo quase nunca levam em conta a vontade de Deus (João 15:5) em perdoar os pecados pois o amor cobre uma multidão de pecados (Tiago 5:20), mas levam em conta o meu juízo contra alguém.
Reconheço que não sei amar, pois minha boca tem falado, mas o som que se tem ouvido parece a repetição de um sino, pode ter tom, nota e ritmo, mas depois de algumas batidas aflige os ouvidos e faz com que se afastem de mim (1 Coríntios 13:1).
Reconheço que não sei amar porque as coisas que faço, por mais fantásticas que sejam não fazem que outros sejam revestidos do amor (1 Coríntios 13:2).
Reconheço que não sei amar porque até as minhas esmolas são utilizadas para me fazer aparecer e não para abrir-me verdadeiramente às almas famintas (1 Coríntios 13:3 Is58:6).
Reconheço que não sei amar por que tenho sido arrogante, mal, invejoso, leviano, indecente, egoísta, iracundo, desconfiado e injusto (Gálatas 5:19-21), quando deveria ter mais amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e equilíbrio (Gálatas 5:22).
Reconheço que não sei amar porque não quero sofrer, sou incrédulo, desesperançado e não quero suportar o peso dos outros (Gálatas 6:2).
Reconheço que não sei amar, pois escrevo coisas pensando em como isso vai repercutir a meu favor e não como Deus será engrandecido (João 12:43).
Reconheço que não sei amar “porque Deus amou o mundo de tal maneira…” (João 3:16) e eu não consigo entregar nem a minha própria vida, que dirá a de meus filhos.
Reconheço que não sei amar. A Bíblia diz que no final o amor de quase todos se esfriaria e eu não sou mais que uma pedra fria.
Reconheço que não sei amar, pois sou um espelho embaçado que não reflete com perfeição a imagem daquele que se olha nele (1 Coríntios 13:12).
Meu Senhor Jesus, quando poderei te louvar refletindo teu amor? Quero saber amar para te adorar como só tu merece.
Ricardo Mattos

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